segunda-feira, 16 de novembro de 2015

9º FIQ (Cobertura in Loco)

Até o presente momento o blog apenas fez resenhas de bandas, discos e um filme e um livro, mas eis que no mês de Novembro rolou em Belo Horizonte o 9º FIQ (Festival Internacional de Quadrinhos) e felizmente consegui visitar o evento pela primeira vez, você pode se perguntar; "Mas qual o sentido disso?", simples, o quadrinho nacional é uma verdadeira arena de gladiadores onde todo lançamento é matar um leão, assim como o hardcore, o cinema e qualquer vertente artística fora do eixo, fiquem então com os relatos:



Cheguei na cidade no dia 10 então primeiro dia serviu para ter uma noção das coisas e me preparar para o primeiro dia do evento. O FIQ acontece na Serraria Souza Pinto que fica no Baixo Centro de Belo Horizonte, o espaço é enorme e tem seu charme. O evento é completamente gratuito, ou seja uma circulação gigante de pessoas o dia todo. O evento ainda conta com diversos stands e mais de 100 mesas de artistas independentes, é tipo uma Mecca dos fãs de quadrinho. 

Uma parada bem legal que rola no FIQ são debates sobre os quadrinhos, rolaram debates de diversos temas, esse da imagem por exemplo, era um debate sobre jornalismo e quadrinhos o que faz quadrinhos serem interessantes para quem já é fã de quadrinhos e pessoas que não são fãs pois aborda temas do quotidiano e da vida real (nada de super-heróis). Rolaram outros debates também quanto a igualdade por exemplo e diversos outros temas. Além disso haviam palestras e actividades mais voltadas para artistas como demonstração de roteiro e de desenho.


Também rolavam as sessões de autógrafos com diversos artistas e os lançamentos de quadrinhos, a única parte ruim disso eram as malditas senhas que davam um trabalhão para pegar e acabavam rápido. Passaram muitos artistas ilustres pelo FIQ nesses 5 dias de FIQ como por exemplo Maurício de Souza, Jeff Smith, Shiko, Lu e Vitor Caffagi, Fábio Moon e Grabiel Bá, Rafael Coutinho, Joe Prado, Howard Chaykin, Amy Chu, Danilo Beyruth, Cris Peter e muito mais. 


 O evento sempre tem um homenageado, nesse ano era o artista Antônio Cedraz artista baiano criador da "Turma do Xaxado" que faleceu em 2014. Uma sessão especial onde diversos artistas fizeram suas homenagens à Antônio estava instalada logo na entrada do FIQ.

 Uma coisa legal que eu vi no FIQ foram escolas públicas visitando o evento em massa, a todo momento era possivel ver crianças correndo para lá e para cá, todas com seus uniformes do colégio pedindo desenhos para os artistas, a maioria os atendia bem, já um grupo seleto (principalmente um gringo chato) os tratavam mal. Na lateral do evento eles se reunião para comer o lanche que trouxeram na mochila, me deu uma nostalgia dos tempos de escola e do lanche que minha mãe preparava, achei a atitude legal, esses ai poderão ser os futuros leitores de quadrinhos.


Além de stands, quadrinhos importados e quadrinistas profissionais também rolaram as mesas como eu já disse, com mais de 100 artistas independentes e essa era sem dúvida uma das partes mais legais do evento, eu passei em quase todas as mesas e deixei um zine e conversei com o pessoal, eu levei mais de 100 zines e voltei com quase nada, sendo que não vendi nenhum. Conheci gente do Brasil inteiro, Piauí, Alagoas, Rio Grande do Norte, Bahia, Amazonas, Roraima, Rio de Janeiro, Paraná, Goias, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Sergipe, Ceará, Minas Gerais e muita gente de São Paulo.


Todos os dias do lado de fora do evento rolava o "FIQ Fora" que é um evento underground onde a galera se concentra embaixo da ponte e expõe seus trabalhos a fim de vender e trocar, uma parada bem subversiva, menos profissional do que os trabalhos de dentro do evento, mas de potencial parecido com o interno. Eu deixei meus trabalhos expostos lá alguns dias, mas não vendi nada, como eu disse troquei todos os meus trabalhos, ou simplesmente dei para as pessoas. 

Pois é, o FIQ acabou, mas daqui a dois anos rola a décima edição do evento, espero ter um material legal para apresentar e reencontrar todo esse pessoal que estava por lá na luta para divulgar seus trabalhos. Visitar o evento foi uma realização para mim, já que planejo o mesmo há pelo menos 2 edições atrás. Caso você seja fã de quadrinhos não se engane com esses eventos corporativos que visam ganhar grana em cima da moda dos quadrinhos, salve suas economias e visita Belo Horizonte, uma bela cidade de belas pessoas com um belo evento a cada dois anos.

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