segunda-feira, 23 de novembro de 2015

(Show) 25/11/2015 - Asian Kung Fu Generation (Wonder Future)

 No ano de 2005 eu conheci uma música de uma banda japonesa e fiquei curioso para conhecer mais daquela banda, ao "caçar" o nome encontrei algo muito engraçado, a banda se chamava "Asian Kung Fu Generation" apesar do nome estranho o som era bom, me lembrava um pouco o Weezer, mas do Japão, então danei a baixar clipes da banda e gravei um VCD e os assistia quase todos os dias, em seguida baixei discos e comecei a acompanhar a banda, eis que em 2015 é anunciado um show dos caras aqui em São Paulo, mas justamente na data do último dia de FIQ, meio triste por não poder estar em dois lugares ao mesmo tempo aceitei o fato de não ver os caras, mas eis que meu irmão me salva com uma passagem aérea e eu poderia comparecer ao show (e perder o último dia de FIQ). Eis que as 17:00 hrs do dia 25 eu voltei para São Paulo corri para o metro e em menos de uma hora e meia já estava no Carioca Club para entrar.


  O show estava razoavelmente vazio, não que tivesse marasmo, mas havia espaço para andar sem esbarrar em ninguém (já fui em shows no Carioca que não dava nem pra tirar um pé do chão). A galera parecia ser bem de boa e assim as 19hrs em ponto os caras subiram no palco e tocaram pelas próximas 2 hrs e alguns minutos ininterruptos. O show começou com a música "Easter" e em seguida "Little Lennon", são duas canções mais recentes então eu particularmente não conhecia, mas para engrenar o show emendaram em "After Dark" que é bem popular por aqui por ter sido a abertura do anime "Bleach" ai começou a pegar fogo. Com a sequencia "Senseless", "N.G.S.", "Re:Re", "Uso to Wonderland", "Siren" o show ficou muito bom, eu que sou um fã mais antigo não esperava uma porrada de 5 músicas boas em sequencia.
 Os caras pareciam impressionados com o público sabendo todas as letras e a cada refrão cantado em coro era possível ver no semblante dos músicos e até do Roadie a surpresa. Só quem falava no microfone nos intervalos era o vocalista Goto, que no geral sempre dizia "Thank you, Arigato" e mandava mais um som. Uma coisa impressionante era que as músicas eram tocadas de forma perfeita, igualzinho no CD, até parecia playback, mas não era.
  A banda mandou "Siren", "Black Out" e "Blue Train" em seguida mais algumas músicas mais recentes que não conheço, e ai a dobradinha do sucesso "Rewrite" e "Haruka Kanata" (aberturas de Full Metal Alchemist e Naruto respectivamente), ai o Carioca caiu, até uma roda punk rolou, mas tudo muito suave. O vocalista ainda se arriscou em falar em inglês algo como "Vocês sabem todas as músicas", e o show se encerrou com a canção "Wonder Future" que nomeia a tour.
 Depois de saírem do palco a galera gritou por mais músicas e a banda voltou e mandou mais algumas das antigas; "Loop & Loop", "Kimi to iu Hana" e "Mirainokakera", essa última foi pedida por fãs ao longo do show, eles inclusive tinham mascaras como a da mulher no clipe. Essas últimas canções fizeram o show acabar com chave de ouro.

Espero que voltem algum dia para mais um show cheio de energia e pacifico, e caso você ainda não conheça a banda dê um google ai e confiram.

Texto e foto: Wallace.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

9º FIQ (Cobertura in Loco)

Até o presente momento o blog apenas fez resenhas de bandas, discos e um filme e um livro, mas eis que no mês de Novembro rolou em Belo Horizonte o 9º FIQ (Festival Internacional de Quadrinhos) e felizmente consegui visitar o evento pela primeira vez, você pode se perguntar; "Mas qual o sentido disso?", simples, o quadrinho nacional é uma verdadeira arena de gladiadores onde todo lançamento é matar um leão, assim como o hardcore, o cinema e qualquer vertente artística fora do eixo, fiquem então com os relatos:



Cheguei na cidade no dia 10 então primeiro dia serviu para ter uma noção das coisas e me preparar para o primeiro dia do evento. O FIQ acontece na Serraria Souza Pinto que fica no Baixo Centro de Belo Horizonte, o espaço é enorme e tem seu charme. O evento é completamente gratuito, ou seja uma circulação gigante de pessoas o dia todo. O evento ainda conta com diversos stands e mais de 100 mesas de artistas independentes, é tipo uma Mecca dos fãs de quadrinho. 

Uma parada bem legal que rola no FIQ são debates sobre os quadrinhos, rolaram debates de diversos temas, esse da imagem por exemplo, era um debate sobre jornalismo e quadrinhos o que faz quadrinhos serem interessantes para quem já é fã de quadrinhos e pessoas que não são fãs pois aborda temas do quotidiano e da vida real (nada de super-heróis). Rolaram outros debates também quanto a igualdade por exemplo e diversos outros temas. Além disso haviam palestras e actividades mais voltadas para artistas como demonstração de roteiro e de desenho.


Também rolavam as sessões de autógrafos com diversos artistas e os lançamentos de quadrinhos, a única parte ruim disso eram as malditas senhas que davam um trabalhão para pegar e acabavam rápido. Passaram muitos artistas ilustres pelo FIQ nesses 5 dias de FIQ como por exemplo Maurício de Souza, Jeff Smith, Shiko, Lu e Vitor Caffagi, Fábio Moon e Grabiel Bá, Rafael Coutinho, Joe Prado, Howard Chaykin, Amy Chu, Danilo Beyruth, Cris Peter e muito mais. 


 O evento sempre tem um homenageado, nesse ano era o artista Antônio Cedraz artista baiano criador da "Turma do Xaxado" que faleceu em 2014. Uma sessão especial onde diversos artistas fizeram suas homenagens à Antônio estava instalada logo na entrada do FIQ.

 Uma coisa legal que eu vi no FIQ foram escolas públicas visitando o evento em massa, a todo momento era possivel ver crianças correndo para lá e para cá, todas com seus uniformes do colégio pedindo desenhos para os artistas, a maioria os atendia bem, já um grupo seleto (principalmente um gringo chato) os tratavam mal. Na lateral do evento eles se reunião para comer o lanche que trouxeram na mochila, me deu uma nostalgia dos tempos de escola e do lanche que minha mãe preparava, achei a atitude legal, esses ai poderão ser os futuros leitores de quadrinhos.


Além de stands, quadrinhos importados e quadrinistas profissionais também rolaram as mesas como eu já disse, com mais de 100 artistas independentes e essa era sem dúvida uma das partes mais legais do evento, eu passei em quase todas as mesas e deixei um zine e conversei com o pessoal, eu levei mais de 100 zines e voltei com quase nada, sendo que não vendi nenhum. Conheci gente do Brasil inteiro, Piauí, Alagoas, Rio Grande do Norte, Bahia, Amazonas, Roraima, Rio de Janeiro, Paraná, Goias, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Sergipe, Ceará, Minas Gerais e muita gente de São Paulo.


Todos os dias do lado de fora do evento rolava o "FIQ Fora" que é um evento underground onde a galera se concentra embaixo da ponte e expõe seus trabalhos a fim de vender e trocar, uma parada bem subversiva, menos profissional do que os trabalhos de dentro do evento, mas de potencial parecido com o interno. Eu deixei meus trabalhos expostos lá alguns dias, mas não vendi nada, como eu disse troquei todos os meus trabalhos, ou simplesmente dei para as pessoas. 

Pois é, o FIQ acabou, mas daqui a dois anos rola a décima edição do evento, espero ter um material legal para apresentar e reencontrar todo esse pessoal que estava por lá na luta para divulgar seus trabalhos. Visitar o evento foi uma realização para mim, já que planejo o mesmo há pelo menos 2 edições atrás. Caso você seja fã de quadrinhos não se engane com esses eventos corporativos que visam ganhar grana em cima da moda dos quadrinhos, salve suas economias e visita Belo Horizonte, uma bela cidade de belas pessoas com um belo evento a cada dois anos.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

(Show) 31/10/2015 - Forfun (Até logo, amigos)

No sábado dia 31 de Novembro os cariocas do Forfun fizeram o primeiro show dos dois de despedida da banda que anunciou seu fim esse ano. Eu fui conferir o show dos caras e deixo aqui minhas impressões e relato do dia:
Começo essa resenha admitindo que eu não fui fã de Forfun desde a primeira vez que ouvi a banda, me lembro lá em 2004, 2005 quando muitos dos meus amigos e colegas curtiam muito a banda e outras dessa mesma época (Fresno, Scracho) e eu torcia o nariz para esse som, na real eu nunca me esforcei para escutar, eu não gostava muito da galera que curtia o som, ou seja o publico, pois gostavam da estética e da moda do hardcore, e não da ideia do hardcore.
Em 2013 por algum motivo me lembrei de uma melodia de uma música e fiquei meses matutando para lembrar quem cantava, por sorte alguém postou a música no facebook uns meses depois e eu fui atrás do disco, que era o primeiro do Forfun (Teoria Dinâmica e Gastativa) voyla, curti o disco sem duvidas, um hardcore melódico muito bom.
Voltando ao show, cheguei razoavelmente cedo no evento, deu tempo de ir ao banheiro e dar uma olhadinha ao redor, eis que, o que me afastou de conhecer a banda em 2004 ainda me incomoda. Pessoas que valorizam o estilo e não as ideias, não estou generalizando, com certeza ali tinham pessoas que curtiam os caras desde 2000 e bolinha, mas boa parte do publico presente eram simples molecada que nunca vai tentar descer mais a fundo na ideia do hardcore e da cultura engajada que o mesmo tem.
A banda subiu no palco as 22:30 mais ou menos, começaram com a música “Suave” do disco “Polisenso” esse é um som legal, vejo esse disco como uma transição, da banda de hardcore para uma banda de música no geral, os caras misturam suas composições, criam coisas que foge de rótulos por vezes. A banda é bem técnica, dá pra ver que o som dos caras é bem trampado e inclusive o show foi quase que todo acompanhado por um saxofonista, o que dava um up no som (principalmente nos skas e raggaes).
O show seguiu com diversas músicas dos discos mais recentes e nada do primeiro álbum (meu favorito sem dúvidas). Alguns convidados foram chamados ao palco, como por exemplo Teco Martins (Rancore e Sala Espacial) e também Lucas Silveira (Fresno).
Os sons continuaram a se misturar, raggaes, skas e enfim, coisas diversas, até que começou uma canção do ultimo disco (Nu) que me fez ver a grande diferença do publico. O som em questão é a música “Considerações” que tem uma levada hardcore califórnia muito boa para um mega circle pit, e tudo que rolou foi uma molecada pulando como numa micareta.
Já do meio para o fim os caras mandaram sons do primeiro disco, ai sim começou o hardcore de fato, com “Cara Esperto”, “Constelação Karina”, “História de Verão”, “Hidropônica”, “Good Trip”, “Costa Verde” foi sem dúvidas a melhor parte do show, aquela vontade de ter um skate no pé batia forte no peito enquanto o som rolava.

Apesar de não ser um fã de longa data fiz questão de ver esse último show dos caras, ia me sentir culpado em dobro, já que por conta de fatores indiretos eu me esquivei do começo da banda, não pude deixar que fatores indiretos (que ainda estão lá) me fizessem evitar ver o primeiro porém último show dos caras.